Sem pé nem cabeça

 

O PROUNI merecia “morrer” para, em seu lugar, “nascer” o PROEB. O primeiro é um programa criado pelo Governo Federal para estimular a seguinte troca: a renúncia fiscal do Tesouro Nacional em favor das vagas em faculdades destinadas àqueles que se situam na faixa social de baixa renda familiar.

É sabido que escola privada de boa qualidade de ensino superior é exceção (basta ver as estatísticas oficiais), e todos sabem que escola pública de ensino básico de má qualidade é regra geral. Ora, se tal situação é óbvia, lógico seria que se assegurassem àqueles carentes – com absoluta prioridade – vagas nas escolas particulares de Educação Básica (desde a Educação Infantil), que são, majoritária e reconhecidamente, de boa qualidade educacional.

O que, aqui, se propõe, portanto, nada mais é do que se substituir o PROUNI por um PROEB que abrangeria a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.

A tantos quantos não tiverem recursos, garantir-se já uma boa educação básica, à qual, hoje, só as elites, de um modo geral, têm acesso.

A troca de prioridade parece, entretanto, não sensibilizar o poder público, que insiste na inversão de prioridade: cotas e isenções ou imunidades tributárias, predominantemente, só para o ensino superior.

Faz sentido? ...

Vejam o disparate: aos pobres, faculdades que não merecem nota 10, e, antes da fase universitária, só a escola pública, que esmagadoramente, vem merecendo nota zero!

E assim caminha a educação brasileira para, vergonhosamente, permanecer nos últimos lugares nas avaliações internacionais.

Chega a ser inacreditável – para não dizer trágico – o poder público facilitar a formação de “doutores” no lugar de alunos, basicamente, bem formados.

Por essas e por outras é que, tão cedo, não teremos na UNESCO a mesma posição que, há tempos, desfrutamos na FIFA...

É o “império do pé” sobrepujando o “reino do cérebro”...