No início de 2016, o então governo iniciou a discussão sobre a nova base curricular comum para a educação básica, o que vem exigindo uma intensa participação da comunidade acadêmica e de todos aqueles interessados na melhoria da qualidade da educação em nosso país. A ABE não poderia passar ao largo desse debate, e organizou um seminário nacional, no mês de março. As conclusões do seminário e as opiniões dos ilustres conferencistas que dele participaram, foram encaminhadas como um subsídio para o Conselho Nacional de Educação. Ao longo do ano, a Diretoria da ABE participou de audiências públicas na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Ao mesmo tempo, manteve seus programas já tradicionais, o Lermo-nos e o Chá com Educação. Alguns temas têm merecido uma atenção maior da ABE e deverão ser abordados no decorrer do próximo ano, pois tem sido visível a sua repercussão sobre as escolas e seu funcionamento. Dentre estes, a formação de professores ocupa uma posição de relevo, na medida em que as estruturas curriculares das licenciaturas encontram-se visivelmente desatualizadas, e não correspondem às exigências da sociedade do conhecimento, onde a transversalidade das disciplinas e as novas tecnologias de informação e comunicação passaram a ocupar lugar de destaque. Outro aspecto que merecerá uma reflexão dos membros da ABE e gerará muitos debates é o da educação tecnológica que, com a proposta de reforma do ensino médio, passa a constituir-se num dos caminhos possíveis para os jovens. São questões que, certamente, conduzirão à intensos debates.
Entretanto, há ainda algumas questões que deverão continuar a ser tratadas pela ABE, na qualidade de participante do Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro. Neste Fórum, a ABE participa ativamente das câmaras de Formação e Educação Profissional, de Tecnologia e de Meio Ambiente. Em todas as elas existem preocupações com a necessidade de construir novas bases para o desenvolvimento local no Estado. Algumas questões vêm merecendo especial destaque: a educação ambiental, a formação profissional para atender às efetivas necessidades do setor produtivo e os elevados índices de evasão nos cursos superiores do Rio de Janeiro mereceram uma análise mais profunda. Algumas conclusões sobre estes temas podem ser adiantadas: a necessidade de orientar as escolas sobre os programas mais adequados para a educação ambiental, de fortalecimento da educação em ciências, a recuperação das escolas rurais, e a geração de novos mecanismo de articulação entre universidades e empresas.
Nos primeiros dias de dezembro a ABE encerrará suas atividades promovendo um seminário sobre a reforma do ensino médio, que, esperamos, contará com a participação maciça dos nossos associados.
Finalmente, aproveitando esse último editorial de 2016, a diretoria agradece o grande apoio dos associados da nossa quase centenária Associação Brasileira de Educação - ABE e deseja a todos um Feliz Natal e muita paz e sucesso no ano de 2017.