e a queda da exigência de licenciatura para o exercício do magistério são maneiras de reformular o modo arcaico de ensino no Brasil. Outra faceta apresentada pelo educador é a proposta da “pedagogia da alegria”.
Durante palestra, no dia 12 de março, em reunião conjunta do Conselho Empresarial de Educação da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) e da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec), Albuquerque afirma não concordar com o Enem e nem provas de vestibular. Ele ressalta que é muito mais eficaz fazer uma avaliação gradativa, de modo que no terceiro ano do Ensino Médio o estudante teria um total de pontos acumulados na avaliação.
“Com a realização de uma única prova, o sistema nervoso fica bem mais abalado do que com exames anuais. Além disso, haveria mais tempo para os alunos realizarem as provas, que poderiam ter um número menor de questões. O conteúdo a ser estudado também seria reduzido. Esse método avaliaria melhor os conhecimentos do estudante”, delineou.
Hoje o sistema educacional do país só permite que pessoas com diploma sejam autorizadas a ensinar. Albuquerque acredita que o método do magistério atual significa um monopólio de diplomados. Para ele, o ideal é que profissionais comprovadamente competentes possam exercer a atividade.
“Na época em que dirigia o Colégio Anglo-Americano, um físico estava com dificuldades de pagar as mensalidades do filho e propôs, como pagamento, dar aulas de reforço. Aceitamos. Ele era bacharel e não professor, mas foi excelente. Os alunos preferiam as aulas de reforço, oferecidas pelo físico, do que as aulas regulares, oferecidas por um professor licenciado. Esse caso revela a competência que independe do diploma. No caso, dava apenas aulas extras. A carga horária regular era oferecida por um professor licenciado, que tinha seu lugar assegurado”, explica de onde surgiu sua teoria.
“Somente através da pedagogia da alegria que podemos transformar o quadro de ensino brasileiro”, indica o professor. Ele ressalta como essenciais o aprendizado através da emoção e a força da alegria no exercício da Pedagogia.
“É cientificamente comprovado que a alegria faz bem à saúde, que envelhece menos quem sorri mais. O que aprende com um professor de bom humor, o aluno assimila com muito mais facilidade. O calor humano é essencial no processo de aprendizagem”, destaca.
Segundo o presidente do Conselho, Celso Niskier, são exemplos como esses que dão esperança de uma educação melhor estruturada no país. “A paixão com que o professor João Pessoa fala soa como músicas para os ouvintes e são uma nítida demonstração de que é possível mudar o quadro atual com boa vontade dos educadores”, concluiu.
João Pessoa de Albuquerque foi presidente da União Nacional dos Estudantes em 1953 e 1954; atuou durante 35 anos no Colégio Anglo-Americano e é integrante do Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro (CEE/RJ).
Fonte: http://www.acrj.org.br/noticias/presidente-da-abe-critica-metodo-educacional-do-brasil-2014-03-12 - CE EDUCAÇÃO | 12/03/2014 | Por Marcelle Martins