Roberto Leal Lobo e Silva Filho é professor titular aposentado do Instituto de Física de São Carlos da USP e presidente do Instituto Lobo. Artigo publicado na Folha de São Paulo de hoje (23).

A educação brasileira está em crise. Além da recorrente violência escolar - a imprensa noticia com frequência casos de alunos armados ou com drogas, além de agressões a professores -, pais e filhos parecem achar que a escola não pode contrariar os alunos ou exigir desempenho. As próprias famílias não conseguem impor limites aos filhos - às vezes, nem os pais têm limites -, algo que se espraia à sala de aula.

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A Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP) acaba de lançar, por meio de seu Departamento de Saúde Ambiental (HSA), o Curso de Mestrado Profissional em Ambiente, Saúde e Sustentabilidade – conceito 5 pela Capes, nota máxima para essa modalidade.

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A Constituição Brasileira garante o direito ao acesso à educação no país, que se inicia com o ingresso na escola e só se concretiza e se torna completo se o sistema educacional propiciar às crianças e jovens matriculados competências essenciais para seu desenvolvimento intelectual.

Formação de técnicos no País ainda é insuficiente.

O século 20 acabou há quase 13 anos e em boa parte do mundo ainda se discute quais são as competências necessárias para o mercado de trabalho do século 21. Na verdade, no entender de muitos especialistas, a transição a ser feita é a do século 19 para o 21, porque o modelo atual ainda está mais ligado à formação padronizada de trabalhadores para fábricas, típica da Revolução Industrial, do que às exigências flexíveis da economia criativa.

O Japão, verificando o esgotamento de sua tradição feudal, promoveu a chamada “revolução meiji”. Conheceu então profundo processo de modernização, que aproximou o país das nações modernas e construiu os fundamentos do progresso que conduziu ao Japão contemporâneo.

Para isso desenvolveu um enorme esforço de generalização do acesso ao saber. O “modo de produção” feudal não precisava de uma população “educada”, mas um país que se queria moderno não poderia dispensar sua participação na construção de um país novo.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou ontem (21) que a pasta vai mudar a forma de avaliar a qualidade do ensino médio. A proposta é substituir a Prova Brasil, avaliação que compõe o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).