O Brasil foi um dos países menos escolarizados das potências coloniais portuguesas, ao considerarmos que, no início do século XX, a nossa taxa de analfabetismo era superior a 80%.

Nem os colonizadores, nem o império e muito menos ainda a república interessaram-se pela educação dos pobres.

Conclui-se que o ensino superior brasileiro entra na encruzilhada dos acasos sem perspectivas melhores e com qualidade deficiente. Coréia, Japão China e Índia, por exemplo, são países que há cerca de 40 anos destinaram boa parte do PIB para a educação e tornaram-se potências econômicas. O Brasil discute ainda que percentual deverá aplicar. Será um caminho?

Por outro lado o Ensino Médio que deve abastecer o ensino superior é deficiente e de má qualidade com taxas elevadas de evasão. Deveria ser prioridade do ensino público com carga horária diária mínima de 6 horas, currículo com no máximo 5 disciplinas por período,alunos com dois idiomas fluentes ao final do curso, horas para frequentarem a biblioteca com apoio técnico, práticas esportivas e atividade paralela de iniciação profissional. Os cursos técnicos com autonomia de currículos e equivalência para prosseguimento de estudos de nível superior deveriam ser exclusivos de escolas técnicas com cargas horárias variando entre 800 e 1800 horas, visando ao atendimento de nichos regionais do mercado de trabalho e às demandas dos que de fato precisam trabalhar imediatamente e mais tarde se for o caso ingressarem em cursos de graduação tecnológica ou mesmo plena.

É preciso entender que embora educação pública seja assunto de pobre, que não cobra resultados, o Brasil precisa dela com qualidade equivalente à dos ricos , assim como a saúde pública e a habitação também, para se tornar um País maiúsculo .

Enfim a pergunta: Como? Podemos começar com uma formação docente decente, séria, com propostas concretas para o pleno exercício de uma profissão a ser reconhecida na sociedade e remunerada de forma compatível com a sua importância.Os nossos educadores e pedagogos sabem como fazer.

Paralelamente é necessária a existência de escolas públicas de ensino médio que operem exclusivamente durante o dia e para o ensino médio, com espaços apropriados para aulas, laboratórios, esportes direcionados, artes e lógico alimentação de qualidade.

Custa muito? Com certeza, não; pela riqueza que produzimos podemos e devemos destinar o suficiente para que a educação brasileira se equipare aos países de primeiro mundo. Vale a pena!

Afinal tem sido assim o progresso das nações emergentes.