Escrevo-lhe para propor-lhe casamento!
Mas, calma: não é para nós dois vivermos sob o mesmo teto e dormirmos na mesma cama.
Absolutamente não!
Peço-lhe em casamento com a nossa histórica ABE, a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO – a “Casa de Anísio” – que, ora, honrosamente presido.
O casamento é com ela em cujo ventre foi concebido o famoso MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO BÁSICA cujos 80 anos completados neste glorioso 2012, foram comemorados, aqui no Rio de Janeiro, no dia 04 de dezembro, com a presença do Ministro Aloizio Mercadante que veio até nós para, na Assembleia Legislativa do Estado, participar dessa comemoração e, justamente, nos 88 anos da “Mãe” do MANIFESTO. Grande Aloizio! Foi para nós um grande orgasmo cívico!
Veja, pois, querida Dilma, que, etariamente, está na hora de casarmo-nos.
O matrimônio realizar-se-ia, não no Planalto, mas na “planície”: na casa da “noiva”, no Rio de Janeiro, na Rua México, 11 – sede da ABE.
Não estranhe o tratamento informal. Uso-o porque o meu desejo é estabelecermos a maior intimidade possível entre você – que representa o atual poder público nacional – e a ABE que representa a História pátria da Educação brasileira.
E mais: a nossa lua de mel duraria, pelo menos, até o dia 31 de dezembro de 2013, mas se você fosse reeleita, nossa “viagem de núpcias” prosseguiria, então, por mais quatro anos.
E que gostoso seria estarmos sempre juntos: a República e a Educação!
Desse nosso casamento, planejo os seguintes filhos: o professor enobrecido (acadêmica e cifronicamente), o aluno promovido de adestrado a educado e a escola transformada de “jaula” em espaço criativo. Juntos, nós dois trocaríamos suas fraldas e lhes vestiríamos suas novas roupas escolares e culturais.
Seria um casamento simples, bem simples, para poder, com força férrea, simbolizar a intimidade dessa união. Você viria com sua roupa caseira e eu sem gravata. O tabelião seria um professor que, inclusive, lavraria a respectiva certidão: o original ficaria com a noiva e a cópia você levaria para o Planalto, podendo exibi-la para o Brasil e para o mundo.
Terminada a cerimônia – com todos esportivamente trajados – tomaríamos duas bebidas bem brasileiras: café e guaraná. Comeríamos biscoitos “Globo” representando o povo e nós dois, na face, trocaríamos dois beijos matrimoniais.
A foto de nosso casamento seria de nós dois com seu neto no colo representando, o futuro que, naquele momento, estaríamos traçando com tintas indeléveis!
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