Você não questiona vacinar seu filho, questiona?
Porque sabe que prevenção é fundamental em saúde. O mesmo se pode dizer quanto ao uso das novas tecnologias (computador, tablets, joguinhos, internet) pelas crianças. Também nesse caso, prevenir é fundamental. Estudos apontam os benefícios da utilização dessas maravilhas da pós-modernidade: desenvolvimento do raciocínio, agilidade mental, melhora na coordenação motora, habilidade de cálculo etc. Além disso, em se tratando dos joguinhos, podemos acrescentar a essa boa lista, a formação de conceitos positivos como salvar a cidade que está poluída ou o cãozinho que se perdeu na cidade grande. Então tevê, joguinhos, internet não fazem mal às crianças?! Oba,você deve estar pensando. Mas, por favor, querido leitor, não libere o Jr. ainda, porque tem um “porém” importante! É fundamental que os pais façam uma seleção acurada em relação ao uso desses novos meios de entretenimento. Existem benefícios sim, mas perigos também! As mídias começam a se tornar prejudiciais quando o número de horas de uso aumenta a ponto de a criança abandonar outras atividades para ficar frente às telinhas (da TV ou computador, não importa!).
Como se resolve: a) o número de horas deve ser estipulado pelos pais previamente ao uso e de acordo com a idade da criança (quanto menor, menos tempo de uso); b) o conteúdo deve ser analisado antes de a criança ter acesso a ele; c) o uso deve supervisionado, sem medo de censurar quando necessário. E, finalmente: d) Não abra mão, de forma alguma, do cumprimento do que foi estabelecido. Por mais tentador que seja, já que o espevitado e solicitante filhote fica ali, quietinho, sem dar o menor trabalho, não se iluda. Não dá trabalho agora, mas poderá dar muita dor de cabeça mais tarde. Estudo do Ibope de 1997 mostrou que a criança brasileira fica em média 3h57min vendo tevê. É bem provável que esse tempo se tenha estendido - afinal passaram-se 13 anos! Hoje raramente se encontra uma casinha, por mais modesta, que não tenha pelo menos uma tevê. Se somarmos a esse total o tempo despendido com jogos eletrônicos e computador, teremos a clara visão de que hoje nossos filhos ficam mais tempo absorvidos por essas atividades do que dedicam à escola e aos estudos. Isso é prejudicial? Certamente que sim. O excesso é sempre problema. Não o uso. Quando a criança fica muitas horas entre esses aparelhinhos sedutores, recebe influências bem indesejáveis — a não ser que os pais façam uma seleção criteriosa dos conteúdos. Uma consequência possível é a dessensibilização à violência ou, ao contrário, a “síndrome do mundo mau”: podem surgir medos, pesadelos e distúrbios do sono ou aumento da agressividade — para citar alguns. Hoje, crianças de menos de um ano já assistem a DVDs, desenhos, filmes. Dizem os pais “ah, mas ele adora!”, todo feliz. Sim, pode deixar seu filho fazer o que gosta — mas não tanto. Afinal, não somos pais só para fazer os filhos felizes, mas para protegê-los do que eles não têm condição de se defender. Então não hesite. Arrume tempo (e coragem!) e acompanhe aplicadamente “o quê” e “quanto” seu filhinho está fazendo frente às telas.
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