UFRJ concederá título de Professor Emérito para Paulo Alcantara
O presidente da Associação Brasileira de Educação (ABE), Paulo Alcântara Gomes, será agraciado nesta sexta-feira, dia 30 de junho, com o título de Professor Emérito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em reconhecimento à sua significativa contribuição como professor, além de destacada trajetória como educador e pesquisador. A sessão solene será conduzida pelo vice-reitor em exercício, professor Carlos Frederico Leão Rocha, e acontecerá às 14 horas, no Salão Nobre da Decania do Centro de Tecnologia, no Campus do Fundão.
Em defesa do Novo Ensino Médio
Março de 2023.
Depois de várias décadas de currículo unificado, a Reforma curricular do Ensino Médio veio a ser instalada na retomada pós pandemia e em meio a um momento político de intensa polarização. Ao longo de boa parte do século XX educadores brasileiros polemizaram acerca desse tema, que permeou a História da Educação no Brasil. A ideia de uma escola unitária, padronizada para todos os alunos, foi percebida, durante muito tempo, como solução para a superação de um grave problema do sistema de ensino brasileiro: a sua "dualidade". Nessa perspectiva, essa seria a estratégia necessária para, através da escola, superar-se as desigualdades sociais.
Somos contemporâneos de uma grande revolução tecnológica cujo impacto gera instabilidade política no mundo, pondo em xeque até as condições para a democracia. Esse contexto será determinante para as circunstâncias em que se desenrolará a trajetória de vida da próxima geração. Nunca antes uma geração de educadores enfrentou o desafio de conceber trajetórias escolares em meio a tanta imprevisibilidade. Mais do que nunca, portanto, tornam-se necessárias as inovações em termos de ensino .O Projeto de Reforma Curricular vai na direção certa ao contemplar o respeito à diversidade como importante atributo dos sistemas de ensino, potencializando a flexibilidade e a inovação.
Ao se aproximar o fim da segunda década do século XXI, tornou-se flagrantemente anacrônica a pretensão de se atrelar as práticas escolares ao que seja ditado pelo governo central. A essa altura, a possibilidade de que se condicione, subordine e atrele o currículo e a escolaridade das novas gerações ao que tiver sido previamente previsto e prescrito pelos governantes é, definitivamente, ideia que perdeu o prazo de validade. O amadurecimento das sociedades democráticas é favorecido pela liberdade de pensamento que, por sua vez, é fomentada pela liberdade de opinião, de expressão e de ensino. A inovação curricular, hoje tão necessária, brotará da liberdade que para ousar e experimentar.
Nesse cenário, o currículo do Ensino Médio encontra, finalmente, condições de ser flexibilizado. A Reforma Curricular põe em pauta projetos de país, o tamanho do Estado e o grau de liberdade facultado aos educadores e aos cidadãos. Cabe às escolas e aos professores identificar os programas mais pertinentes. Sobretudo, cabe a cada família discernir o tipo de escolaridade que mais condiz com suas perspectivas. Por coerência com a sua trajetória e o seu propósito, a Associação Brasileira de Educação se empenha pela Reforma. Afinal, a flexibilidade e a diversidade curricular dizem respeito, sobretudo, ao direito de escolha das famílias e das novas gerações, um direito incondicional de cada estudante brasileiro.
Associação Brasileira de Educação - ABE
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